Para ver como ficaria a situação na hora de financiar um imóvel a partir das novas mudanças da Caixa, o Infomoney pediu a especialistas ajuda. Em simulações feitas pelo coordenador do curso de negócios imobiliários da FGV, Alberto Ajzental, dá para perceber o que a mudança vai representar.
Levando-se em conta a compra de um imóvel de R$ 500 mil, pelo sistema antigo o comprador precisava dar um sinal de R$ 100 mil e conseguiria financiar até R$ 400 mil restantes, ficando com uma parcela inicial de R$ 5.213,95 e a final de R$ 1.734,57 pelo sistema de amortização (SAC), com juros de 11% ao ano e prazo de 240 meses.
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Já pelo sistema novo, o mesmo imóvel de R$ 500 mil exigiria uma entrada de R$ 150 mil para o financiamento de R$ 350 mil. Com a entrada maior, a primeira parcela cairia para R$ 4.570,70 e a última ficaria em R$ 1.526,33, com o mesmo juro e prazo. Tudo com uma renda mínima em torno de R$ 14 mil.
Vale lembrar ainda que pelo sistema SAC o valor de cada prestação vai diminuindo ao longo do tempo, por conta da amortização dos juros, enquanto na Tabela Price o valor total é constante durante todo o prazo contratado.
“Essas mudanças todas devem mudar o perfil do tomador de empréstimo, porque a classe mais humilde não vai conseguir juntar tanto dinheiro para dar uma entrada maior, piorando o déficit habitacional”, diz Ajzental.
Veja abaixo a simulação do financiamento de um imóvel de R$ 500 mil antes e depois da mudança:
Simulação feita por Daniele Akamine
Maior financiador
Responsável por quase 70% dos financiamentos imobiliários, a Caixa declarou que sua carteira de crédito habitacional já ultrapassou a marca de R$ 800 bilhões, com mais de 7 milhões de contratos ativos. Em 2024, o banco concedeu, até setembro, R$ 175 bilhões de crédito imobiliário, o que representa um aumento de 28,6% em relação ao mesmo período de 2023. Foram 627 mil financiamentos de imóveis, beneficiando cerca de 2,5 milhões de brasileiros até o momento.
Em relação às contratações com recursos da Poupança (SBPE), a Caixa informa que, em 2024, atingiu uma participação de 48,3% de contratação dos financiamentos do país, correspondendo a R$ 63,5 bilhões das operações realizadas pelo banco até setembro. A alteração nas cotas de financiamento e a limitação no valor do imóvel a R$ 1,5 milhão não se aplicam às unidades habitacionais vinculadas a empreendimentos financiados pelo banco, mantendo-se nesse caso as condições vigentes atualmente.
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