Os preços dos alugueis residenciais continuam aquecidos neste começo de 2025. A elevação em março foi a maior do ano, chegando a 1,15% ante o mês anterior, mantendo a aceleração iniciada em dezembro (+0,93%), janeiro (+0,96%) e fevereiro (+1,07%). Com isso, o primeiro trimestre de 2025 já acumula uma alta de 3,22%, conforme levantamento feito pela FipeZAP com base em informações coletadas em 36 cidades por todo o Brasil.
Diante dos novos aumentos, o Índice FipeZAP de Locação Residencial no primeiro trimestre superou a variação de 2,04% exibida pelo IPCA do IBGE, que mede a inflação oficial no País, e ficou também acima do 0,99% registrado pelo IGP-M da FGV, considerado o índice oficial do aluguel.
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Entre todos os tipos de imóveis, aqueles que possuem um dormitório são os que apresentam uma valorização mais acentuada na hora da locação, subindo 1,45%, ante os aumentos menores daquelas com quatro ou mais dormitórios, de 0,95%.
“Como a economia continua aquecida, com emprego em alta, isso ajuda a manter a demanda por aluguel. Além disso, a taxa de juros elevada também afasta as pessoas da compra de imóveis, levando para locação, explica o coordenador do FipeZAP, Alison Oliveira.
Entre as 36 cidades monitoradas pelo FipeZap, 35 apresentaram alta no aluguel. Os destaques ficam para as capitais Vitória, com aumento de 3,29%, Campo Grande com 3,06%, e Teresina com 2,36%. A única exceção foi Brasília, onde os preços recuaram 0,10%.
Acumulado nos últimos 12 meses
Nos últimos 12 meses, o aluguel residencial avançou 12,91%, mais que o dobro da inflação oficial do período de 5,48% medida pelo IPCA e também acima dos 8,58% registrado pelo IGP-M. As maiores valorizações no período foram registradas em Salvador, com alta de 33,08%, Campo Grande com 27,33%, e Porto Alegre com 24,98%.
Imóveis com quatro ou mais dormitórios se destacaram nesse recorte, com valorização de 15,85%, contrastando com a alta de 11,57% observada nas unidades com três quartos.
Veja evolução do Índice FipeZap em 10 capitais:
Cidade | Variação em março | Variação acumulada em 2025 |
São Paulo | 1,08% |
3,22% |
Rio de Janeiro | 1,47% | 4,03% |
Brasília | -0,10% | -2,73% |
Salvador | 0,97% | 6,47% |
Porto Alegre | 0,51% | 1,61% |
Curitiba | 1,28% | 3% |
Belo Horizonte | 1,64% | 4,52% |
Recife | 0,87% | 3,09% |
Fortaleza | 2,16% | 3,86% |
Florianópolis | 1,80% | 6,63% |
Vitória | 3,29% | 4,56% |
Preço médio e rentabilidade
O estudo mostra ainda que o preço médio do aluguel residencial nas cidades analisadas foi de R$ 48,03 por metro quadrado em março. São Paulo segue liderando o ranking, registrando o maior valor por metro quadrado, de R$ 59,83. Em seguida vem Belém (R$ 57,29/m²) e Recife (R$ 57,16/m²). Os menores valores foram encontrados em Teresina (R$ 22,82/m²) e Aracaju (R$ 25,71/m²).
A rentabilidade do aluguel, calculada a partir da relação entre preço de locação e valor de venda, foi de 5,88% ao ano. Esse retorno, embora abaixo da rentabilidade projetada para aplicações financeiras de baixo risco, se manteve atrativo em algumas capitais, como Manaus (8,39% a.a.), Belém (8,37% a.a.) e Recife (8,18% a.a.).
Perspectivas
De acordo com o estudo, o desempenho do mercado de locação mostra resiliência em um contexto de inflação e taxa de juros ainda elevadas. A valorização dos aluguéis acima dos principais índices de preços reflete a combinação de maior demanda por moradia urbana e restrição na oferta de novos contratos com preços mais baixos.
Com esse cenário, a locação de imóveis segue como uma alternativa de investimento com rendimento estável, especialmente nas capitais que concentram maior demanda habitacional.
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